Sexta edição do Prêmio UBC celebra a obra do músico.
A honraria será entregue em cerimônia com homenagens
a Alceu e apresentações de grandes artistas, dia 08 de novembro, no Rio de
Janeiro.
“Tu vens, tu vens, Eu já escuto os teus
sinais”.
Os versos imortais de Alceu Valença darão o tom de uma merecida homenagem a um
dos maiores artistas brasileiros. A União Brasileira dos Compositores (UBC)
realizará a sexta edição do Prêmio UBC, em uma cerimônia repleta de surpresas
para Alceu. Autor de mais de 300 canções
registradas, o artista receberá o Prêmio do Compositor Brasileiro, dia 08 de
novembro, em cerimônia na sede da entidade, no Rio de Janeiro.
“Recebo com muita alegria a homenagem da
União Brasileira dos Compositores. É um prêmio que estendo aos cantadores, apoiadores,
versejadores e violeiros do Brasil profundo, que constituem a matéria prima da
minha música. O que faço muitas vezes é ligar essas referências na tomada,
aquilo que Luiz Gonzaga definiu como uma banda de pífanos elétrica. Primeiro
sou são bentense, depois pernambucano, brasileiro e cidadão do mundo. É este o
reconhecimento que a UBC confere a mim e todo o manancial de identidade que
minha obra traduz”,
afirma Alceu Valença.
A
União Brasileira de Compositores, maior sociedade de gestão coletiva de
direitos autorais do país, criou o Prêmio UBC em 2017. Na estreia, o
homenageado foi Gilberto Gil. Nos anos seguintes, Erasmo Carlos, Milton
Nascimento, Herbert Vianna e Djavan receberam a honraria. Agora, o Prêmio do
Compositor Brasileiro segue em boas mãos. Marcelo Castello Branco, CEO da UBC,
enumera algumas das muitas características marcantes do artista. “Alceu é autor visionário, revolucionário
nato, doce. Sua música tem a luminosidade de muitos Brasis, é itinerante na sua
genialidade aparentemente simples, mas generosa. Não à toa, continua cativando
novas gerações e públicos. Estamos honrados de contar com Alceu no Prêmio UBC,
em sua sexta edição”, afirma.
Paulo
Sérgio Valle, diretor presidente da UBC, faz coro: “Alceu Valença é um dos artistas mais importantes da música brasileira.
A União Brasileira de Compositores tem orgulho de conferir a este grande artista
o seu anual ‘Prêmio UBC’”, complementa o autor de mais mil composições e
centenas de hits como “Evidências”, “Samba de Verão”, “Essa tal liberdade” e
“Se eu não te amasse tanto assim”.
Aos
76 anos, Alceu preserva na poesia de cada verso e na energia que entrega em
cada apresentação, o espírito do jovem criativo e inquieto que, aos 23 anos,
desistiu da carreira de advogado e jornalista que trilhava no Recife, para
dedicar-se integralmente à música, sua maior vocação. Após mudança para o Rio
de Janeiro, em 1971, o artista gravou seu primeiro disco no ano seguinte,
‘Quadrafônico’, inaugurando a parceria com Geraldo Azevedo. Mas foi em 1980,
com o lançamento do arrebatador ‘Coração Bobo’, que o Alceu ganhou as rádios de
todo o Brasil, entrou para o panteão da MPB e de lá nunca mais saiu.
Desde
então, além do estilo único de interpretar as próprias canções, o talento
autoral de Alceu também ganhou as vozes de intérpretes como Elba Ramalho, Maria
Bethânia, Luiz Gonzaga, Ney Matogrosso, Alaíde Costa, Lenine e Os Paralamas do
Sucesso. Entre os grandes hits do compositor estão músicas que entraram no
imaginário da cultura popular brasileira como “Anunciação”, “La Belle de Jour”,
“Tropicana”, “Girassol”, “Coração Bobo” e “Táxi Lunar”.
Autor
de 311 canções registradas na UBC, Alceu Valença fez do seu cancioneiro uma
verdadeira enciclopédia de sonoridades, expressões artísticas e estéticas da
música nordestina, especialmente a pernambucana. Sua obra não apenas reúne, mas
apresentou a boa parte do Brasil, elementos do frevo, maracatu, baião, cocos e
repentes. Aliando tradição e modernidade, Alceu construiu uma obra ao mesmo
tempo simples e sofisticada, levando para o mundo a diversidade da cultura
brasileira.
Com
54 álbuns lançados, sendo 31 de estúdio, 11 ao vivo e 12 coletâneas, Alceu tem
o reconhecimento não apenas de milhares de fãs, mas também da indústria
musical. O artista foi quatro vezes indicado ao Grammy Latino, na categoria
Melhor Álbum de Música de Raízes Brasileiras (2001, 2014, 2016 e 2022). Além de
ter sido vencedor de diversos prêmios como o prestigiado Prêmio da Música
Brasileira (2002 e 2015). Artista
multifacetado, Alceu desbravou ainda o universo do cinema, assinando direção,
roteiro e trilha musical do longa “Luneta do Tempo”, uma história de cangaço
com diálogos em ritmo de cordel, A produção levou os prêmios de Trilha Sonora e
Direção de Arte, no 42º Festival de Cinema de Gramado.
Por:
Clilton Paz.
Fonte:
Pedro Franco.
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